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Superávit da balança comercial sobe 7% e atinge US$ 50,99 bilhões em 2020, diz Secex/ME

Segundo a Secex/ME, a resiliência das exportações brasileiras foi influenciada pela recuperação asiática, enquanto o aumento dos volumes importados no final do ano indica a retomada da atividade econômica no Brasil.

Abalança comercial fechou o ano de 2020 com superávit de US$ 50,99 bilhões, um crescimento de 7% em relação ao ano passado, segundo dados divulgados no dia 04 de janeiro (segunda-feira) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex/ME). As exportações somaram US$ 209,92 bilhões, recuando 6,1%, enquanto as importações totalizaram US$ 158,93 bilhões, diminuindo 9,7%, na mesma comparação. Com isso, a corrente de comércio brasileira atingiu US$ 368,85 bilhões, em queda de 7,7%.

Segundo o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, o padrão de comércio mundial em 2020, sobretudo no caso brasileiro, foi em muito guiado pelo ritmo de recuperação das maiores economias do mundo. — A forte resiliência das exportações brasileiras foi, em muito, influenciada pelo ritmo de recuperação da região asiática, sendo o maior impacto negativo verificado em janeiro. Este padrão difere do observado no resto do mundo, onde o volume exportado é mais duramente atingido e a recuperação ocorre a partir de maio— comentou o secretário, durante a apresentação dos números.

Já o perfil dos volumes importados sugere que a queda da atividade econômica ocorreu mais tardiamente no Brasil, em comparação com o resto do mundo. Por outro lado, destacou Ferraz, a velocidade de recuperação é claramente mais rápida no Brasil. D— De julho a outubro, o ritmo da recuperação brasileira é equivalente ao ritmo observado no resto do mundo, mas para um período mais amplo — no caso, aqui, de maio a outubro — explicou.

Considerando só o mês de dezembro, comparado a igual mês do ano anterior, as exportações caíram 5,3% e somaram US$ 18,37 bilhões. Já as importações cresceram 39,9% e totalizaram US$ 18,41 bilhões. Assim, a balança comercial registrou déficit de US$ 0,04 bilhão, com queda de 100,7%, e a corrente de comércio aumentou 13%, alcançando US$ 36,77 bilhões.

Do lado das importações, o resultado de dezembro foi influenciado pela entrada no país de cinco plataformas petrolíferas, que representaram um crescimento de 11.212,3% nesse item em relação ao mesmo mês do ano passado, puxando para 39,9% o crescimento das compras no período. Sem as plataformas, esse crescimento seria de apenas 4% nas importações e haveria superávit de US$ 4,7 bilhões no mês. — Isso motivou o déficit em dezembro, o que não acontecia desde 2000 — explicou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão.

Setores — No acumulado do ano, houve crescimento de 6% nas exportações de Agropecuária, somando US$ 45,27 bilhões, enquanto as vendas da Indústria Extrativa (-2,7%) e da Indústria de Transformação (-11,3%) recuaram, registrando US$ 48,85 bilhões e US$ 114,90 bilhões, respectivamente.

Já as importações de Agropecuária recuaram 3,9%, em 2020, somando US$ 4,12 bilhões. A queda chegou a 41,2% na Indústria Extrativa, com US$ 6,48 bilhões, e ficou em 7,7% na Indústria de Transformação, que alcançou US$ 147,75 bilhões.

Parceiros comerciais — Em meio à pandemia do novo coronavírus, as vendas para China, Hong Kong e Macau cresceram 7,3% em 2020 e atingiram US$ 70,08 bilhões. As importações caíram 2,7% e totalizaram US$ 34,64 bilhões, o que resultou em superávit de US$ 35,44 bilhões, com corrente de comércio somando US$ 104,72 bilhões, em alta de 3,8%.

Houve recuo de 27,2% nas exportações para os Estados Unidos, que chegaram a US$ 21,46 bilhões, enquanto as importações caíram 19,2% e totalizaram US$ 24,12 bilhões. Dessa forma, neste período, a balança comercial para este país apresentou déficit de US$ 2,66 bilhões e a corrente de comércio diminuiu 23,2%, chegando a US$ 45,58 bilhões.

As vendas para a União Europeia caíram 13,3% e chegaram US$ 28,33 bilhões no ano. As importações caíram 12,9% e totalizaram US$ 26,82 bilhões, resultando superávit de US$ 1,52 bilhão, com corrente de comércio de US$ 55,15 bilhões, em queda de 13,1%.

Já as vendas para a Argentina diminuíram 12,7%, neste ano, totalizando US$ 8,48 bilhões, enquanto as importações do país vizinho caíram 25,6%, chegando a US$ 7,79 bilhões. Com isto, a balança comercial com a Argentina teve saldo positivo de US$ 0,69 bilhão, com corrente de comércio de US$ 16,26 bilhões, uma redução de 19,4%.

Previsão — Para 2021, a Secex prevê que as exportações chegarão a US$ 221,1 bilhões, um crescimento de 5,3% em relação a 2020. Para as importações, a estimativa é de US$ 168,1 bilhões, com aumento de 5,8%. Assim, o saldo deve ficar em US$ 53 bilhões, crescendo 3,9%, enquanto a corrente de comércio prevista alcança US$ 389,2 bilhões, crescendo 5,5%.

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